sábado, 12 de abril de 2014


"Eterno" by Denilce Luca

Quando era uma mulher de tantos e poucos anos parei para ver onde estava.
Incapaz de me localizar no Tempo e no Espaço percebi tão-somente que me distanciava da vida.
Por estar envelhecendo talvez.
Mais perto da chamada Morte e cada vez mais longe do que chamam Vida sentia mais amenas as dores, menos intensas as alegrias.

Tomada por um torpor anestésico. Assim eu estava.  Imersa em devaneios que davam a minha mente um incomensurável tamanho e faziam meu corpo como que definhar lenta e sofregamente.

Desprovida de qualquer senso dimensional em vão tentava tocar meu próprio corpo.
Sentia-me levitar apenas.
Tomei plena consciência de minha própria evanescência.

Enfim agora não há mais Tempo, não há mais Espaço, não há mais som, não há mais palavras.
Restaram essas poucas que aqui deixo para que leias, para que apenas leia, sem tentar compreender algo.

Essas últimas palavras que guardei para aqui deixar são as que sempre ecoarão, em qualquer dimensão. Desafiando qualquer Tempo, qualquer Espaço. Qualquer crença, qualquer verdade, qualquer deus, qualquer limite.

Em breve estarás comigo meu amor.

Eu te amo para todos os sempres.

2 comentários:

  1. Denilce,
    O seu texto me emocionou. Não só porque está lindamente escrito, mas porque questiona as certezas que por vezes assumimos e desvenda segredos que nem sempre sabíamos ter...
    Grande abraço!

    PS: Deixei-lhe um presente aqui: http://crazy40blog.wordpress.com/premios-e-presentes-de-amigos/

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  2. Querida Doce Dulce! Muito obrigada pelo incentivo de sempre! Emocionada pelo seu carinho e pela homenagem recebida!

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