terça-feira, 27 de novembro de 2012


O ator paulistano Eurico Martins dedicou-se essencialmente ao teatro, embora também tenha participado dos filmes "O Corpo" e "Sua Excelência, o Candidato", este uma adaptação do espetáculo teatral de Marcos Caruso também que ele interpretou nos palcos paulistas por quase um ano, com muito sucesso, na década de 80.

Ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no 24 º Festival de Cinema de Brasília
 por seu trabalho justamente em "Sua Excelência, o Candidato" ao lado de Renato Borghi e Lucinha Lins.

Embora tenha tido uma carreira curta, de pouco mais de 10 anos, Eurico Martins foi muito premiado e recebeu o Troféu Mambembe como melhor ator por sua atuação nenhum espetáculo infantil "O Gato Malhado e Andorinha Sinhá" em 1983.

Em 1990, foi vencedor do Prêmio APETESP de Melhor Ator por sua participação no espetáculo infantil "Palhaçadas".

Em teatro adulto se destacou nas peças "Sua Excelência, O Candidato" e "Tudo no Escuro".

Eurico Martins faleceu em São Paulo, em 1996.

Na foto, Eurico na peça "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá"

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012


NORMAN LINDSAY

Lindsay's creative output was vast, his energy enormous.  His frank and sumptuous nudes were highly controversial. In 1940, Soady (his wife and model) took sixteen crates of paintings, drawings and etchings to the U.S. to protect them from the war. Unfortunately, they were discovered when the train they were on caught fire and were impounded and subsequently burned as pornography by American officials. Soady's older brother Lionel remembers Lindsay's reaction: "Don't worry, I'll do more."

"Netuno" - BW - by Denilce Luca

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


'Tabula Rasa' by Denilce Luca

O julgamento é natural e inerente ao ser, precede qualquer decisão, da mais simples a mais complexa: ao acordar julgamos nossa própria aparência, o suicida em potencial julga os prós e contras de dar um fim na própria vida e qual a melhor forma de executar o ato.

E em nossa análise para consecutivas inúmeras tomadas de decisões continuamos julgando.  O julgamento carrega com ele o preconceito - conceito antecipado, dito “pré-conceito”.

Julgando pesamos lados opostos de algo ou alguém.  E tudo é confuso, pois, conforme Heraclito, os opostos são interdependentes: ‘A lei secreta do mundo reside na relação de interdependência entre dois conceitos opostos, em luta permanente; mas, ao mesmo tempo, um não pode existir sem o outro. Nada existiria se não existisse, ao mesmo tempo, o seu oposto. Assim, por exemplo, uma subida pode ser pensada como uma descida por quem está na parte de cima. Entre os contrários se cria uma espécie de luta constitutiva do logos indiviso. ’

E com mais uma dose de Heraclito, acredito que o preconceito positivo torna-se negativo, incorpora-se na decepção – aquele ou aquilo que julgávamos ser bom é na realidade falho; enquanto que o preconceito negativo torna-se positivo, transforma-se em admiração, ou seja, surpreendemo-nos a perceber que aquilo ou aquele era bem melhor do que julgávamos.

O branco, que aparentemente é a ausência de cor, é a mistura de todas elas, o preto, aparentemente mistura pesada de cores, esse sim é a total ausência delas. O escuro é definido como a ausência de luz, ou seja, a luz precisa se ausentar para que ele exista. Sem a noção de luz não definimos o escuro. Sem o contraste com o escuro não saberíamos o que é luz.

O amor vira ódio, o ódio vira amor, e existe uma íntima correlação entre ambos considerando que só nos provoca ódio algo que seria potencialmente capaz de inspirar amor...

Somos então uma tabula rasa! Pois não somos. Só existimos porque outros nos veem, nos vendo nos julgam, somos então não um ser, mas uma imagem. E não depende absolutamente de nós fazer parte da decepção ou da boa surpresa. Depende sim, exclusivamente do julgamento de outrem.

Mas como nada é ruim ou bom, ou tudo é bom e ruim, sinto-me muito aliviada. Tirei de mim o peso da obrigação do bem-julgar. Nada é. Tudo é imagem. Tudo é ilusão. E assim, como boa ilusionista, crio uma realidade a mim mesma sustentável, e nos meus melhores momentos um mundo encantadoramente maravilhoso de se viver. Nos piores, lembro de nada ou simplesmente me esqueço de tudo. 

Apenas uma tabula rasa. 

sábado, 10 de novembro de 2012


Entre Cérebros e Vaginas (Denilce Luca)


Meu pai era um admirador da beleza feminina, como creio que todos os homens  são. Como dizem as mulheres há anos, “homem é tudo igual”. Fato. Mas mulher não. Aliás, a Mulher (ou pelo menos sua imagem) mudou muito durante os anos...

O passado recente guarda mulheres possuidoras de uma sensualidade altamente arrebatadora e sutil. Mulheres brilhantes, inteligentíssimas.

O nu e o lado safado por conta de Sônia Braga, enlouquecendo multidões com Gabriela e a Dama do Lotação, a belíssima Maysa escancarando sentimentos e devastando tudo e todos; a estonteante Ursula Andress, imponentíssima... Elke Maravilha (maravilhosa!) no extremo, divertida e ‘contraculturalíssima’ na vida pessoal, Leila Diniz quebrando violentamente os tabus da época, porém sempre dona de si e de seu próprio corpo (“Eu posso dar pra todo mundo, mas não dou pra qualquer um)”.

Ao ver uma mulher muito bonita meu pai dizia: “Imponente ela não?” Em seu comentário meu pai exprimia desejo. Que me perdoe minha mãe, mas ele daria tudo para possuir tal mulher. Sim. Antigamente o homem que conseguisse se deitar com uma dessas mulheres não lhe penetrava apenas a vagina, mas sentia como se estivesse penetrando também seu cérebro, sentia-se premiado. Era CONQUISTA.

E nossa época? Quais as mulheres marcantes? Bem, hoje temos frutas... Sônia Braga em uma entrevista disse:  “Devem ser deliciosas, mas nunca experimentei nenhuma. Devo te confessar que me dá um desejo enorme de experimentar um dia aquela Melancia. Se eu encontrar aquela mulher, sou capaz de dar uma mordida nela (risos). Tem a Morango, né? Existe a mulher banana? Aquela que tira a casca e se mostra toda? Tem coisas que passam do limite e se tornam engraçadas.  Concordo com Sônia. Aliás, melhor rir pra não chorar.

O sensual hoje é vulgar, mulheres com atitudes totalmente degradantes. Recentemente um programa humorístico mostrou ‘gostosas’ semi-nuas fazendo o circuito em uma pista de ‘Agility’. Deprimente. Não o programa, mas as pseudo-modelos/ atrizes que se prestaram a isso. Eu no lugar dos humoristas faria pior. O programa foi inclusive ameaçado pelos “Direitos Humanos”. Chamar as moças de ‘humanas’ é um pouco demais; de ‘vacas’ seria ofensa ao animal. Vamos primeiro definir a categoria, passemos depois aos direitos.

Onde estão as mulheres brilhantes, as grandes prostitutas, as mulheres de verdade? Que merda de ‘revolução sexual’ é essa? A mulher perdeu o discernimento, o encanto, o poder de sedução.

Não critico a mulher gostosa. Critico a vulgaridade de muitas que permitiram a criação dessa imagem infeliz a todas as outras. Tem que malhar, tem que ser bonita, tem que ser vaidosa, tem que ser gostosa. Mas não pode ter só bunda, vagina e peitão. Tem que ter cérebro também. Aí sim.

Basta comparar as fotos acima. Ursula ou Valesca??? Sônia ou Popozudas??

Eu, sinceramente, tenho pena dos homens de hoje (os de bom gosto, não os que comem qualquer coisa).


"O Negrinho do Pastoreio" - (Lenda Brasileira) by Denilce Luca

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


'Fusão II' by Denilce Luca

Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
Quantos elementos amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno outros verão
Outonos caindo secos no solo da minha mão
Gemeram entre as cabeças a ponta do esporão
A folha do não-me-toque e o medo da solidão
Veneno meu companheiro desata no cantador
E desemboca no primeiro açude do meu amor

É quando o vento sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia procurando por um...

É quando o vento sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vageia procurando por um...

Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
Quantos elementos amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno outros verão
Outonos caindo secos no solo da minha mão
Gemeram entre as cabeças a ponta do esporão
A folha do não-me-toque e o medo da solidão
Veneno meu companheiro desata no cantador
E desemboca no primeiro açude do meu amor

É quando o vento sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vageia procurando por um...

É quando o vento sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia procurando por um...
(Frevo Mulher - Zé Ramalho)